
Jujuy e Quebrada de Humahuaca: uma roadtrip inesquecível
Continuando a nossa série de posts sobre nomadismo na América do Sul, hoje conto sobre a incrível roadtrip de três dias que fiz na província de Jujuy, na Argentina. Mais especificamente, passei por parte da chamada Quebrada de Humahuaca, considerada Patrimônio Cultural e Natural da Humanidade pela UNESCO desde 2003. São vários vilarejos que ficam situados aos pés dos Andes, cercados por montanhas multicoloridas e que abrigam povoados que remontam à época anterior aos Incas. Afirmo sem dúvidas que lá vi das paisagens mais incríveis da vida. Infelizmente, ainda é um roteiro pouco conhecido pelos brasileiros, que não fazem ideeeeia o que estão perdendo. Mas depois desse post, vocês vão estar por dentro sobre o que fazer em Jujuy e vão começar a preparar as malas.
Deixo abaixo um mapa para vocês se localizarem e entender melhor sobre esta parte da Argentina.
O que fazer em Jujuy
Atrações da Quebrada de Humahuaca
O caminho
Para além das atrações de cada vilarejo, o caminho é uma das partes mais incríveis da viagem. Sentir-se minúsculo em meio a tanto verde, montanhas multicoloridas, desertos e diques é muuito emocionante. Alugamos um carro em Salta e seguimos viagem até o vilarejo mais longe que iríamos, Humahuaca, tirando parte do dia pra aproveitar o caminho. Nos dias seguintes, fomos voltando aos poucos, parando em Tilcara e Purmamarca, para então voltar para Salta, onde tínhamos que devolver o carro.

Fomos pela Ruta Nacional 9, o que eu super recomendo. É bastante sinuosa, mas compensa. Tem um início com muitas paisagens verdes e uma vista maravilhosa do Dique La Ciénaga, na cidade de El Carmen. Ao longo do caminho, a paisagem se torna mais desértica, e a estrada fica minúscula em comparação às montanhas gigantes que parecem pintadas à mão. Eu me senti em outro planeta e não sei quão sensíveis vocês são a belezas naturais, mas eu não consegui segurar o choro, não.

Acompanhe a série completa da vida de nômade por cinco meses na América do Sul aqui.
Humahuaca e El Hornocal
A nossa escolha foi seguir direto até a cidade de Humahuaca para ver o famoso El Hornocal, ou Cerro de los Catorce Colores. O mirante fica localizado a 4761 metros acima do nível do mar, então é bom estar ambientado para não ter o “mal de altitude”. O caminho também não é fácil. São 25km de subida por uma estrada de terra e bastante sinuosa desde Humahuaca. Nós fomos loucos o suficiente para ir de carro (um chinês bem podre, por sinal), mas também é possível comprar o passeio na cidade de Humahuaca com agências e ir de forma mais segura.
Eu passei bastante medo nessa subida, porque além de ser tensa por si só, ainda há as sensações causadas pela altura. Mas valeu muuuito a pena. Aqui é outra oportunidade pra gente se sentir pequeno: não só no espaço, mas no tempo. Estima-se que aquela formação existe há 60 milhões de anos! Pensar sobre isso e também sobre as condições necessárias para aquilo se apresentar daquela forma, hoje, é uma loucuuuura!

Tilcara
Ainda no primeiro dia, seguimos de volta para passar a noite em Tilcara. Chegamos lá virados em poeira! O clima muito seco e o pó constante cansam, então é bom lembrar de levar hidratante e abusar do protetor solar, mesmo se não tiver sol. Embora cansados, tomamos banho no hostel La Rosa, e fomos conhecer a noite de Tilcara, a capital cultural da Quebrada. E foi lindo! É um vilarejo minúsculo, com as típicas casas de adobe, mas tem um charme indescritível. É o melhor vilarejo para pernoitar, porque tem vários restaurantes e bares descolados.
Apesar de estarmos em meio ao deserto, eu senti um clima de praia na cidade (tipo uma Guarda do Embaú). Acho que pelos tipos dos bares, por ser uma cidade pequena e pelo fato que tocava muito reggae! Aproveitamos a noite para curtir um som e beber fernet cola. Tive ainda outra surpresa nessa noite, que foi ver a lua cheia mais incrível da minha vida! Eu aaamo céu de deserto e ver uma lua cheia GIGANTE surgindo de trás daquelas montanhas foi foda, arrepio só de lembrar.
Garganta del Diablo
Além disso, Tilcara é capital arqueológica da Quebrada, então programamos dois passeios na cidade para o dia seguinte: Garganta del Diablo e Pucará de Tilcara. Garganta del Diablo é onde fica a principal fonte de abastecimento de água de Tilcara. E sendo apaixonada por água, sempre busco a busco nas viagens, e fico ainda mais obcecada quando ela é escassa.
Embora a subida até Garganta del Diablo seja menor que a do Hornocal (apenas 2800m), é ainda mais tensa. Fomos novamente com nosso podre carro chinês e suamos frio. As ruas são estreitas e cheias de curvas, pedras, penhasco do ladinho do carro, subida sem fim. Lá chegando, percorremos uma pequena trilha até a Garganta del Diablo, que é uma formação geológica que lembra uma garganta. Para entrar nessa trilha, pagamos em torno de 3 reais por pessoa à comunidade indígena local que cuida da área, chamada Ayllu Mama Qolla.
Demoramos em torno de uma hora pra fazer esse trajeto, que incluía também seguir o rio até a queda d’água. A cachoeira em si não é nada deslumbrante pra quem está acostumado com as cachoeiras no Brasil. O mais chocante é pensar que aquela pequena queda d’água alimenta o vilarejo inteiro. A vista, o caminho, as formações geológicas, no entanto, são muito lindos, cheios de pequenos detalhes.


Pucará de Tilcara
Pucará de Tilcara é um sítio arqueológico que abriga as ruínas de uma fortaleza de um povo pré-inca. Estima-se que foi construído no século XII pelo povo Omaguaca. Tal povo resistiu a diversas invasões, mas acabou sendo derrotado pelo Império Inca no século XV. Lá há partes (algumas reconstruídas, outras originais) das casas, praças, locais para cerimônias e cemitérios desse povo. Enquanto se anda pelo lugar, é possível sentir a energia e também aprender sobre a cultura desses ancestrais de Tilcara. A própria cidade de Tilcara é muito antiga, foi fundada em 1586, mas ali fica evidente que sua história é ainda mais longa.

Purmamarca
Depois desse dia intenso, fomos para Purmamarca, nossa última parada. Exaustos, pegamos um hotel super chique para os nossos padrões (o único nesses cinco meses). O hotel La Comarca foi das coisas mais fofas que vi na vida, e combinava 100% com as paisagens. Foi maravilhoso mergulhar na piscina térmica rodeada daquelas montanhas coloridas até anoitecer. Depois disso, jantamos também no hotel e fomos descansar pra aproveitar o dia seguinte antes de voltar.


Cerro de las Sete Colores e as feiras de artesanato
Diferente do Hornocal, este Cerro fica no meio da cidade de Purmamarca e não é necessário pegar o carro para subir morros. Isso torna tudo bem especial, porque você pode curtir a cidade com essa vista incrível. Como os outros vilarejos, Purmamarca é recheados de casas de adobe, estrada de chão e muita poeira. Contudo, tem um centro bastante agitado e é um ótimo lugar pra comprar lembrancinhas e peças andinas maravilhosas. Ficamos pouco tempo na cidade porque logo tínhamos que voltar pra Salta devolver o carro, mas certamente valeu super a pena. O único lado ruim de toda essa roadtrip foi o fato de ter durado pouco. Espero servir de inspiração pra vocês visitarem esses lugares incríveis, agora que sabem o que fazer em Jujuy. Pra mim, vontade de voltar não falta 🙁

DICAS PRÁTICAS
Como chegar em Jujuy
Para chegar à província de Jujuy via aérea, o caminho é o Aeroporto Internacional Gobernador Horacio Guzmán (JUJ), que fica na cidade de Perico, a 33 quilômetros do centro de San Salvador de Jujuy. Não há voos direto do Brasil, então é necessário ir a Buenos Aires primeiro. Lá, é necessário alugar um carro ou contratar uma agência local a fim de ir aos lugares acima mencionados.
Onde ficar em Jujuy
Nós optamos por ficar em um hostel super simples em Tilcara, o Hostel La Rosa. A cidade é super pequena, dá pra andar tudo a pé, então qualquer lugar é bom. Em Purmamarca, ficamos em um hostel super bom, o Hotel La Comarca, mas ele é um pouco mais distante do centro da cidade.
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Espero que tenham gostado das nossas dicas sobre essa roadtrip maravilhosa pelo norte da Argentina. Indicamos muito! Fala pra gente nos comentários o que você achou de Jujuy e da Quebrada de Humahuaca, e também o que está achando da Série Nomadismo na América do Sul. Aqui você pode acompanhar os outros artigos da série.
Beijos,
Bruna.
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