
Nomadismo na América do Sul
Oi, gente! Sou a Bruna e tenho o prazer de iniciar aqui no Slow Travel World uma série sobre nomadismo na América do Sul! Quero compartilhar com vocês a minha experiência vivendo cinco meses como nômade em cinco países. Nesse post, vou fazer uma introdução mais geral sobre a experiência do nomadismo, bem como apresentar suas vantagens e desafios. Assim, espero inspirar vocês a conhecer algumas das delícias desse nosso continente tão incrível e diverso.

Contextualizando…
Sou antropóloga e bolsista de doutorado, o que significa que recebo para me dedicar exclusivamente à pesquisa de doutorado. Assim, tenho relativa flexibilidade de tempo e não preciso de uma moradia fixa. Como o Léo (meu companheiro à época) tinha um emprego remoto e compartilhava comigo o sonho de experimentar o nomadismo na América do Sul, decidimos que era o momento perfeito. Contudo, apesar de namorarmos a ideia há um tempo, a decisão foi tomada bastante às pressas. Tivemos alguns imprevistos e partimos com pouquíssimo planejamento prévio.
Nomadismo na América do Sul e planejamento (ou a falta dele)
Gerenciamento do tempo é fundamental
Tomamos apenas algumas decisões mais gerais antes de partir. Primeiro, que passaríamos os primeiros 10 dias, de férias, passeando sem compromissos. Depois, iríamos nos fixar por volta de um mês em cada cidade. Assim, poderíamos ter um ritmo de trabalho durante a semana e aproveitar os finais de semana. Decidimos que combinaríamos o resto durante a viagem. Isso pode parecer super aventureiro, mas também tem suas desvantagens. Gerir o tempo de forma a dar conta do trabalho ao mesmo tempo em que se aproveita a viagem não é tão fácil quanto parece. E quando a isso se soma o “trabalho” de planejar os finais de semana e os destinos, tem-se uma semana bastante intensa e nem sempre tão slow quanto gostaríamos.
Um mês pode parecer muito, mas no fim são apenas quatro finais de semana para aproveitar e também seguir viagem. E quando você não está de férias, é necessário cozinhar, lavar roupa, descansar… Além disso, um orçamento limitado nos obriga a fazer escolhas, e um bom planejamento – o que toma tempo! – é fundamental. E se você for tão ignorante quanto eu, também te poupa de aprender de um jeito doloroso que em grande parte do nosso continente faz frio pra caramba em janeiro! Sim, a ignorância não tem limites.

A importância de um nomadismo sustentável
É preciso ter em mente que o nomadismo é uma maneira diferente de viajar. Nas viagens mais tradicionais, usualmente guardamos algum dinheiro para isso e nos permitimos gastar mais que o normal naquele período. É assim porque o fizemos uma vez ou outra. No entanto, quando queremos transformar a “viagem” em um modo de vida, precisamos fazer adaptações para que seja sustentável financeira, logística e emocionalmente, o que faz do planejamento algo mais complexo.
Como morar? Por quanto tempo de nomadismo na América do Sul?
Optamos por ficar pelo menos um mês em cada lugar. Isso porque entendíamos que era o tempo mínimo para conhecer razoavelmente as cidades, mas também por conta da moradia. Decidimos por ficar em airbnbs por dois motivos. Primeiro, pela necessidade de espaços para trabalhar e cozinhar com certa privacidade. Depois, porque a maioria dos imóveis do site tem bons descontos para estadias de um mês ou mais.
Como não desejávamos gastar mais com moradia do que gastávamos no Brasil, achamos que foi uma ótima opção. Uma das grandes vantagens, afinal, de experimentar o nomadismo na América do Sul é aproveitar que se tratam de países mais baratos que o Brasil.
Deslocamento
Outro ponto no qual decidimos economizar foi no deslocamento. Viajando aos poucos, fizemos grande parte do nosso trajeto de ônibus. Não é possível dizer que valeu a pena em todos os casos, mas como não organizamos a viagem com muita antecedência, teria ficado bem mais caro viajar de avião nos primeiros meses (para os dois últimos destinos e para a volta, viajamos de avião).

Isso nos rendeu alguns perrengues, algumas horas desconfortáveis e noites maldormidas, mas até que foi divertido (e principalmente, barato!). Também nos deu a oportunidade de furar a bolha do turismo e ver como é e quem utiliza essas linhas de ônibus locais. O resultado não foi nada confortável – aquelas 12 horas passando frio em um ônibus sem banheiro cercado de folhas de coca cuspidas no chão, na Bolívia, que o digam! – mas interessante, demais.
Nomadismo na América do Sul: entre se perder e se encontrar
Durante esses cinco meses, tive a oportunidade de andar pelo Paraguai, Argentina, Bolívia, Peru e Colômbia. Pude aproveitar alguns dos passeios turísticos com os quais sempre sonhei, como os Andes, Uyuni, Macchu Pichu, Caribe, dentre outros. Mas a maior vantagem de viajar dessa forma foi poder criar uma rotina, ainda que rápida, em cada cidade. Criei uma relação mais íntima com cada local, descobrindo sempre os meus cafés, restaurantes e baladas preferidos. Muitas vezes os encontrava não quando estava procurando, mas depois de um dia estressante no trabalho, quando eu nem esperava.
Abaixo um mapa mostrando todos os lugares por onde passei nesses 5 meses:
Também pude me deixar levar pelas oportunidades que o bairro que escolhia morar me oferecia – ou mesmo com as pessoas com quem eu acabava morando, já que em alguns lugares dividimos casa. Assim, cada cidade me permitia experimentar coisas novas e explorar um pouco das minhas possibilidades existenciais. Foi assim que superei alguns medos indo parar em um mercado que vendia de tudo em El Alto (quando eu digo de tudo, eu estou incluindo diplomas e pinguins!!), fiz escalada indoor pela primeira vez em Cusco e virei crossfiteira e atravessei uma ilha correndo em Cartagena, para o espanto de todos os meus amigos.
A Grande Vantagem
Viajar, pra mim, é também sempre me perguntar: “Como eu seria se vivesse aqui? Quem eu seria se tivesse nascido nesse lugar?” Essa sensação sempre tão presente nas minhas viagens, de que eu poderia ter sido outra pessoa, também me instiga a explorar quem eu ainda posso ser. Estar sempre em movimento, como no nomadismo, me mobiliza a experimentar e a continuamente estar atenta, algo que facilmente esquecemos quando caímos no conforto de uma rotina prolongada.
Cada novo destino inspira em mim a motivação para que eu mude, em mim, aquilo do que não gosto. Sinto como se fosse sempre a vida me dando uma nova oportunidade de recomeçar. Isso me mantém acordada e instigada a dar o melhor de mim para o novo lugar e para as pessoas que lá me acolhem. E o melhor de tudo é que após certo tempo, incorporamos esse olhar. Já não depende de onde habitamos, é esse novo olhar que passa a habitar em nós.
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Beijos,
Bruna.
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